domingo, 28 de junho de 2020

Extinto Palacete Neo-Manuelino do Campo Grande, Lisboa

Palacete Neo-Manuelino do Campo Grande, c. 1910
Foto de Paulo Guedes - Arquivo Municipal de Lisboa
O Palacete Neo-Manuelino do Campo Grande terá sido mandado construir em 1918, por indicações especificas de João Maia Gomes, seu proprietariado.   
Localizava-se no extinto n.º 123 da Rua Ocidental do Campo Grande, contornando para a antiga Estrada de Malpique (zona da actual Faculdade de Farmácia). 

O palacete foi um excelente exemplo da corrente arquitectónica revivalista que se desenvolveu entre meados do século XIX e inicio do século XX.  

Durante este período, esta foi a corrente arquitectónica correspondente ao romantismo português, mais utilizada, essencialmente, devido à tendência em assumir carácter nacionalista na construção de grandes palacetes, esta tendência só viria a cair em desuso com a introdução da Arte Nova, responsável por uma nova roupagem do romântico na arquitectura em Portugal. 


Todavia, e apesar da riqueza arquitectónica envergada por todo o edifício, o mesmo viria a ser demolido no ano de 1951, em virtude do desenvolvimento daquela zona do Campo Grande muito às custas da construção da Cidade Universitária.



Prédio de gaveto entre o n.º 111 da Rua do Campo Grande e o n.º 2 da Rua Dr. João Soares 
Google Maps, 2019


Todo o quarteirão de prédios em estilo "português suave" iniciados  nos finais da década de 1950 com os nºs 111 a 115 do Campo Grande a Nascente e os nºs 2 a 18 da Rua Dr. João Soares a Poente e a Sul, foram construídos em deterimento da demolição de várias casas senhoriais, de entre elas, consta o ilustre Palacete Neo-Manuelino que se localizava no gaveto onde hoje existe um prédio de quatro andares, precisamente no n.º 2 da Rua João Soares e o n.º 111 do do Campo Grande.


Em todo o quarteirão, existe apenas um único edifício contemporâneo do palacete e se encontra perfeitamente preservado, trata-se de uma casa tipo "chalet" que sobreviveu até aos nossos dias e que terá sido "vizinha" do Palacete, localizada no actual n.º 20 da Rua Dr. João Soares.


Mário Alberto Nobre Lopes Soares (1924-2017)
17.º Presidente da Republica Portuguesa
Foto de Alfredo Cunha,1986.

Curioso é o facto de que o 3.º andar do atual nº 2 da rua João Soares - à época rua de Malpique, tornou-se, anos mais tarde, a residência de Mario Soares e Maria Barroso. E assim foi até ambos falecerem, Maria Barroso em julho de 2015 e Mário Soares no dia 7 de janeiro de 2017. Esta casa era arrendada, mas o recheio vale uma fortuna: obras de arte e uma extensa biblioteca também constam da herança.



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