quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

As Velhas Termas das Caldas do Moledo

Os Tempos Áureos das Termas;



Caldas do Moledo, face a sua localização, já no século XII era considerado como um ponto importante ao assegurar a travessia do Rio Douro por uma Barca que, de forma gratuita, fazia a ligação de um lado da margem até ao outro, transportava não só os utilizadores dos banhos hospedados na outra margem, configurava "Caminho Bom" para os peregrinos de S. Tiago e também funcionava como mais um canal de comunicação entre Lamego e Mesão Frio. 


 A "Barca de por Deus", como era designada, foi instituída por D. Teresa de Leão, mãe de D. Afonso Henriques. O principio de caridade subjacente ao transporte pela Barca era levado muito a sério, consta que o barqueiro poderia ser multado sempre que se provasse que recebia dinheiro pela passagem.


Outro tipo de embarcações também era utilizada pela população local para colmatar a falta de acessos pedestres seguros, desta forma, era mais fácil e mais rápida a deslocação por rio do que por terra, sequência do seu isolamento condicionado.



Juntamente com a Barca, D. Teresa institui um Hospício gratuito para os mais pobres, peregrinos e enfermos para que estes possam também usufruir dos benéficos banhos.
Seriam as águas termais às grandes impulsionadoras do desenvolvimento da terra,  inicialmente designadas por Caldas de Penaguião, conselho a que pertencia aquele território, pois ainda não  tinha sido designado o conselho do Peso da Régua, ao qual viria a pertencer posteriormente.



A referência mais antiga às suas propriedades medicinais, remonta a meados do século XVIII, ás quais o médico de D. João V, lhes atribuía a capacidade de curar "achaques de nervos, debilidade das juntas, vertigens, convulsões".


Nos terrenos das proximidades ás águas termais, com intenção de explorar as suas propriedades terapêuticas,  foram-se construindo  casebres e casas para banhistas.


Na primeira década do século XIX, as nascentes exploradas, cujas águas tinham reconhecidas propriedades terapêutica, localizavam-se na beira rio, numa quinta pertencente  à Família Cambiasso, que substituiu os pequenos furos por banheiras o que veio a melhorar as condições de banhos da Quinta das Caldas.




Mas teria sido em meados do século XIX, com a abertura da estrada entre a Régua e Amarante que começa a desenvolver-se a povoação. 


Já nos finais do século XIX, com a inauguração da linha férrea do Alto Douro Até ao Porto, chegam ainda mais banhistas e avizinham-se anos gloriosos para a estância termal das Caldas de Moledo.


Com a abertura da nova estrada entre Régua e Mesão Frio, em meados do Século XIX, foram postas a descoberto novas nascentes, localizadas numa lameira,  essas nascentes viriam a ser designadas por Minas Velhas,  mas não muito, já que as designadas Minas Novas, têm origem ainda nos finais do mesmo século, aquando da abertura da Linha Férrea do Douro, constituindo estas duas nascentes o designado Grupo da Estrela.



Com a sucessiva afluência de banhistas, abre a Estalagem de José Ferrador, junto ao ribeiro que vem de Fontelas.


Com o desenvolvimento dos acessos,  o Sr. Francisco José da Silva Torres, (2.º marido de Antónia Ferreira),  em 1863, compra a principais minas até então nas mãos do arcediago da Sé de Braga,  João Joaquim Ferraz da Silva, e do Conselheiro António Filipe de Sousa Cambiasso, juntamente com estas vem a Quinta do Granjão.


Este casal também esteve pro de trás dos esforços movidos para o traçado das vias e melhoramento da Estância Balnear, cederam os terrenos para o desenvolvimento do parque,  mandaram analisar as águas a fim de identificar novos potenciais, promoveram um desenvolvimento extraordinário nas Termas.



A foto anterior mostra com algum pormenor como era organizada a disposição do Parque das Ternas.


O parque desenvolveu-se em cumprimento paralelamente ao rio, foram plantados plátanos em fileiras, orientadas para não prejudicarem os arruamentos e os edifícios, árvores híbridas de outras duas espécies, uma oriental e outra ocidental, são especialmente utilizadas em jardins, pois desenvolvem crescimento rápido em altura e proporcionam grandes sombras,  o único contra é que na época da polinização libertam uma substancia que por vezes provoca reações alérgicas nos olhos e vias respiratórias das pessoas que lhe passem perto.


Na foto anterior é possível observar o aspeto do parque nos primeiros anos de vida, ainda com as árvores pequenas alguns bancos e candeeiros de jardim. Um dos balneários do lado esquerdo.


A dimensão do parque é realmente muito generosa, para além da larga avenida existem mais dois corredores correspondentes a dois desníveis diferentes, o mais baixo e próximo do rio onde se desenvolvem as piscinas e o cais.


 No nível superior encontramos os espaços desportivos e os edifícios balneares, distribuídos em fileira e ligados entre sí. No extremo ocidental do parque existe uma grande fonte que exibe um belo espelho de água.


O parque é limitado a sul pelo rio, a norte pela estrada nacional, a nascente e poente exibe dois imponentes portões oitocentistas em ferro forjado e exibindo um padrão simples, ostenta ainda um pórtico também em ferro forjado, com um emaranhado floral elaborado e o nome e data de construção do parque homenageando a sua beneficente, D. Antonia Ferreira.


Com a morte de Francisco Torres, as termas passam a ser geridas por D. Antónia Ferreira, no começo da década de 1880, a empresária manda construir o Palacete que serviu de residência a D. Luis I nas suas deslocações à Régua, e adquiriram a "Hospedaria do Lidoro" que acrescentaram e transformaram no Grande Hotel e mandou reformar os edifícios balneares.


Juntamente com o palacete e a paredes-meias nasce também um dos exilibis da região o Casino, grande novidade à época, principalmente pela sua dimensão. Na foto anterior, alinhados no lado esquerdo é possível  observar a imponente fachada, ainda que de forma enviesada, dois edifício com uma arquitetura idêntica, que apesar de ligados, independentes entre si.


O complexo arquitectónico inclui o Casino, o Palacete e a Capela, curiosamente a disposição central do Palacete com acesso direito à capela, do seu lado esquerdo, e o Casino, à sua direita, como que simbolizando o equilíbrio situado entre a virtude e o pecado.



Para completar a distração dos banhistas, no parque termal são criados apontamentos ajardinados, que a par das vistas sobre Rio Douro e da grande Avenida dos Plátanos tornam o espaço muito acolhedor.


D. Antónia Adelaide Ferreira é sem dúvida uma das maiores, se não a maior, personagem na história da região do Douro e do Vinho do Porto. Faleceu em 1896, aos 85 anos, na Casa das Nogueiras (Quinta das Nogueiras). O Douro perdera a sua Rainha. Actualmente a A. A. Ferreira, considerada uma das mais importantes casas de Vinho do Porto, já não faz parte da Família, tendo sido vendida em 1987 ao grupo Sogrape. Continua, contudo, a entregar anualmente o "Prémio Dona Antónia", destinado a distinguir as mulheres que mais se evidenciaram no mundo empresarial português.


Ao longo dos tempos os negócios da família Ferreira fluiram de forma estável,  muito bem estruturados e organizados. Assim, contavam com dois escritórios, um na Régua, outro no Porto, geriam a vida empresarial mas também se encarregavam das questões da vida familiar. A entrada num novo setor de atividade como a gestão da estancai termal, na qual para além de se fazerem valer de bons contatos para aconselhamento, a experiência vinícola acumulada, pouco ou nada viria a contribuir para o sucesso da exploração. O negócio lança para fora de pé a família, cuja tradição histórica desde muito cedo ligada a atividade vinícola,  para a qual se rodearam dos melhores administradores,  que para além da serem pessoas da sua inteira confiança,  também proprietários vitícolas e conhecedores do funcionamento do sector. A gestão era, ainda, alargada aos caseiros e feitores das quintas, encarregados dos armazéns e empregados de escritórios. 


Chamavam-lhe a "Pérola do Douro", localizada nas margem do rio, ornamentada por belos edifícios e jardins, as Caldas passam a oferecer um conjunto de infraestruturas e serviços que não voltaria a superar, um animado Casino, vários hotéis, nomeadamente o Grande Hotel, o Hotel Vilhena e o Petit Hotel, muitas casa para banhistas, três capelas particulares, uma farmácia, um talho, uma casa de artigos fotográficos, várias sapatarias, alfaiates, funileiros, relojoeiros, barbeiros, mercearias e estabelecimentos de brancas, estação telégrafo-postal, estação dos caminhos de ferro e mercado diário na época balnear.


Entre outras atividades que eram promovidas a nível local, a perca desportiva configurava um dos seus cartões de visita, recomendada pelas revistas de especialidade turística nacionais.


Na foto anterior podemos observar  edifício do Grande Hotel, no lado esquerdo, composto por três andares, na foto apenas podemos observar dois piso, o piso inferior, corresponde a um desnivelamento de um piso, o rés do chão, que só pode ser visto do lado do do rio..  De arquitetura retangular simples, no seu exterior apenas é de salientar a sua imponente dimensão, suas cantarias lisas e definidas, os arcos sobre as portas envidraçadas que fazem a ligação para um amplo terraço revestido por uma extensa ramada, delimitado pelas piscinas, rio e pela quelha grande. Neste terraço era possível, para alem de desfrutar das belas paisagens da margem do Douro, degustar as requintadas refeições cujos refinados aromas se fundiam com as brisas da natureza do vale.  


Da parte sul do edifício subiam trepadeiras que molduravam as portas e janelas, conferiam alguma personalidade e carácter à sua arquitectura linear.


Hoje talvez um um "chlichê", na época um grande requisito, o cardápio composto por uma vasta variedade de confeções, personalizado e impresso tipograficamente para determinada ocasião, cujos nomes dos pratos invariavelmente escritos em francês, cumpriam os mais altos requisitos da etiqueta, prestando uma franca homenagem ao berço das boas maneiras, Paris.





Era no interior que o Grande Hotel ostentava luxo e requinte,  no primeiro piso, grandes salões, cuidadosamente decorados, separados por imponentes portas com vitrais coloridos, gigantes aparadores de madeiras tropicais, mesas milimetricamente alinhadas cobertas por finas toalhas meticulosamente engomadas,  guardanapos dispostos sobre marcadores em aprumo geométrico e por fim, o solitário que sempre se fez acompanhar de um ramalhete composto de acordo com a época.  As cozinhas apetrechadas com os melhores equipamentos e dispensas de fazer assombro a habitações completas.





A Farmácia Pinho da pertença de Napoleão de Pinho Valente integrada num alinhamento de vários edifício habitacionais com dependência de exploração comercial que satisfazia o sustento familiar.


Casa  composta por dois pisos e aproveitamento das águas-furtadas, de fronte para o rio e voltada a sul, a casa possuía um pátio ao nível do primeiro piso ladeado por um gradeamento de ferro e coberto por uma grande ramada, o pátio dispunha ainda de uma vista desafogado sobre o Douro.


Na foto anterior, ao fundo à esquerda aparece a fachada do edifício onde tinha lugar a Farmácia Pinho mas o que mais desperta a atenção da foto é a rudimentar estrada  que viria a ser transformada na nacional que atravessa a localidade.
E pensar que esta era já uma das vias que viria a impulsionar o desenvolvimento da localidade...


O Hotel Gomes de António Augusto Gomes e de Dona Sara de Moraes Gomes, pais do Poeta das Caldas do Moledo, Antão de Moraes Gomes (1902-1926), que apesar de ter morrido na flor da idade, gozou de alguma notoriedade, recordo-me da expressão "Antão era Pastor", com origem no titulo da obra de sonetos do Poeta com o mesmo nome, a expressão era utilizada como resposta de alguém interpelado por quem pronunciava de  forma errada a palavra então, << - "Atão?"; - Antão era Pastor!>>. Apesar de ilustres figuras da terra, não encontrei referências que me elucidassem de como funcionaria o Hotel à época.


Neste belo postal onde é exibido um belo exemplar dos primórdios barcos rebelos, que também eram utilizados para transporte de pessoas, aparece em segundo plano a vista da parte oriental das Caldas, o edifício central de maiores proporções corresponde ao Hotel Gomes, não tão grande como o Grande Hotel das termas, mas também com um importante protagonismo para as pessoas de classe média. 


A par do Palacete da "Ferreirinha", o Hotel Gomes é o único outro edifício paredes-meias com uma Capela.



O Novo Hotel Vilhena, propriedade de José Lopes Vilhena, ainda hoje um dos mais bonitos edifícios da terra, habitado e preservando a traça da construção original. 


Na revista de turismo: publicação quinzenal de turismo, propaganda, viagens, navegação, arte e literatura de 1917 e 1919, pede o anunciante que se publicite o seguinte: "Mandado a pedido e reclamações dos Srs. aquistas, o único de construção moderna, com as comodidades em casas d'esta ordem, tratamento vegetariano com e sem dieta, sala de jantar com mesas pequenas, salão de festas, e visitas  com piano. Serviço de 1.ª ordem, fei-to com a maior atenção do seu proprietário. O mais distintamente frequentado. O mais preferido pela Colonia brazileira, o único com jardim para refeições ao ar livre. Podendo os Srs. aquistas utilizar-se do serviço em Lamego sem augmento de preço. O Hotel situado a 50 metros do estabelecimento balneário. Carruagens a todos os comboios e representante para as devidas informações.  É sempre conveniente prevenir aposentos, e esperar a sua confirmação. Previnen-se os Srs. aquistas não tomarem outro hotel sem verem este." 
A concorrência parece feroz!



O Petit Hotel na foto anterior, corresponde ao edifício do lado esquerdo com um telhado mais pronunciado, destinge-se de todos os outros edifícios, pelo formato do mesmo, de duas águas com caimentos laterais e uma pequena e charmosa fachada. Era constituido por três pisos e aproveitamentos as águas furtadas. 
No mesmo alinhamento do seu lado direito são apresentados edifícios que no aproveitamento do rés-do-chão desenvolviam-se pequenos comércios e serviços, nomeadamente, alfaiataria, sapataria e mais tarde a loja dos electrodomésticos.
O Petit Hotel encontrava-se mesmo de frente para o Grande Hotel, nas suas traseiras desenvolviam-se também serviços de hotelaria para classes sociais mais baixas,  um albergue com uma dimensão considerável do qual não existe muita informação. 



Com efeito, apartir da década de cinquenta do século XIX, iniciam-se uma sequência de análises das águas das várias nascentes e as conclusões dos variados estudos convergem no sentido de que, de facto, as águas possuem propriedades medicinais e terapêuticas.



Paralelamente à evolução dos estudos e dos pareceres técnicos assim como do apuramento das potencialidades terapêuticas, também as condições dos serviços termais, balneários, restauração, hotelaria e comerciais no geral, se foram aprimorando de acordo com as necessidades mais exigentes.



Em 1895 pelas mãos do Professor Químico, dr. Ferreira da Silva, é publicado um exaustivo estudo sobre as águas do Moledo, que viria a contribuir para que nesse mesmo ano, lhes fosse atribuído o ambicionado Alvará a favor de D. Antónia Adelaide Ferreira, publicado no DG n.º 96, de 1/5.


As nascentes nunca tinham sido tão valorizados e em 1897, sobre orientação do Engenheiro Terra Ventura, e no sentido de maximizar o aproveitamento das águas, são executadas obras de beneficiação da exploração e captação, as nasceres do Grupo do Rio são aproveitadas para o enchimento de  quatro piscinas e uma antecâmara, construídas de granito, suficientemente robustas para aguentara as inevitáveis cheias anuais, com excepção das águas da Bica e 30 do Rio, que mantinha as funções originais.



A par das funções originárias da Bica e 30 do Rio, uma celebridade, presença assídua na época balnear alta, o Sr. Conde d'Azambuja encontro uma nova forma de  fazer com que a miraculosa água chegue a um maior numero de pessoas, desta feita, decide engarrafara e distribui-la pelos grande centros urbanos.


Os Balneários da Estrada, ou Grupo da Estrada de 1852, também pela mesma altura e pelas mãos do mesmo engenheiro,  são melhorados, passando a dispor de 12 balneários individuais, dois quais o primeiro e último luxuosos,  sendo os primeiros "alimentados" pela Mina Velha e os últimos pela Mina Nova, com temperaturas variadas e banhos frios.



O Grupo da Lameira, o engenheiro organizou num só edifício o antes esteve organizado por três casas separada: a nascente 28 com seis balneários individuais (dois de luxo);  a nasceste 30, também com seis balneários (um de luxo); e a terceira nascente ou banho Fresco da Lameira, com quatro balneários individuais e temperaturas variadas.


Foi construído um quarto pavilhão, ligando os outros e destinado a duches, inalações, pulverizações e irrigação, e o consultório médico na extremidade.



Nos últimos anos do século XIX e a primeira década do século seguinte foram tempos de prosperidade para as Termas,  a reputação das suas águas para fins terapêuticos, espalha-se alem fronteiras,  nesse período existe uma grande afluência de aquistas e o Moledo estava preparado para os receber disponibilizando-lhes uma panóplia de serviços que só eram igualáveis aos grandes pontos de atração turística no País.


A quantidade de banhistas oriundos de todos os pontos do país era muita, muito se deveria à fama das águas das termas, de igual dimensão a simpatia e a arte de bem receber, visível nesta pequena foto extraída de um postal alusivo à recepção dos banhistas datado da década de 1910.


Pelas reconhecidas potencialidades terapêuticas, alguns médicos continuaram a recomendar as Caldas do Moledo aos seus pacientes, o que veria a refletir-se significativamente nas afluências aos serviços termais.



A vida social nas termas era muito intensa no período balnear, foram frequentadas pelas maiores e mais celebres individualidades do país e não só, as Caldas do Moledo aparecem nas mais variadas revistas de turismo do país assim como também as notas de afluência das elites sociais.



Comboios especiais moviam-se exclusivamente para o transporte de aquistas a desembarcar no cais privativo do Palacete.


A propósito,  existe um registo da ocorrência de um descarrilamento do comboio nas proximidades da Estação das Caldas Do Moledo, ocorrência a meados de 1909, viria a ser um presságio do que aconteceria algumas décadas mais tarde, as grandes cheias de 1962 que destruíram parcialmente as instalações e as captações de água.



Segue-se a reportagem publicada na "Ilustração Portuguesa" n.º 183 a respeito do acidente, de salientar que nessa época outros acidentes semelhantes tiveram ligar nas nossas linha.





Com efeito, este incidente viria a marcar um novo ciclo para  as Termas das Caldas ao precipitar a sua venda aquela que viria a ser a Junta de Turismo das Caldas de Moledo que recuperou os balneários e as piscinas.


Em 1969 já conhecedora das consequenciais da nova barragem, a Junta do Turismo inicia uma prospecção de águas dos caudais acima do nível da albufeira, para o efeito contrata os melhores especialistas nacionais e internacionais. Nesse mesmo ano o hidrogeólogo alemão Dr. Hartrun Seifert obtêm êxito com a técnica de sondagem, conseguindo salvar os mananciais hidro-minerais do rio para aproveitamento num balneário a construir e em substituição das piscinas submersas.


Em 1971 com a nova cheia, danificam-se novamente as instalações e construíram-se novas piscinas que foram inauguradas em 1982 e sobre o balneário termal da Lameira (baptizado Dr. João de Araújo Correia) foi edificado um complexo hoteleiro com 10 apartamentos de tipologia T1.
O projeto nasceu pelas mãos do arquitecto Moreira da Costa, e incluiu a construção para o novo balneário, a requalificação do parque, uma piscina de recreio e desporto, campo de ténis e mini-golfo e ainda um parque infantil.


Numa altura em que as Termas voltam a ser procuradas, é necessário resolver os problemas das Caldas do Moledo atempadamente.


Renascem assim as esperanças no Moledo, é reaberto o edifício do Petit Hotel, convertido na "Estalagem do Moledo", com uma capacidade de 23 quartos e serviço de restauração e bar.

O Declínio das Termas;



As Caldas do Moledo prosperavam desde meados do século XIX, as águas com reconhecidas propriedades terapêuticas competiam diretamente com outras nascentes, as prospeções continuaram e novas utilizações eram exploradas, as instalações termais foram  francamente melhorada "contra a vontade da corrente do rio", a hotelaria e restauração elevaram os seus padrões, os restantes comércios atentam às necessidades dos aquistas no sentido de fazer suprir o seu negocio. Tudo corria sobre águas e a pequena freguesia do Peso da Régua prosperava.


Aquela pequena localidade que já havia superado cheias, inundações e incêndios, com a viragem do século,  depara-se com um novo desafio de proporções bem mais consideráveis, a Primeira Guerra Mundial viria a causar um grande impacto na segunda década do século XX, reduzindo sensivelmente para 50% da taxa de ocupação face à década anterior.


Até ao final da  Guerra Civil Espanhola, o comboio que regulamente assegurava a ligação entre Porto e Madrid desde os finais do século XIX, deixou de assegurar essa ligação, pelo menos não com a intensidade que o havia feito antes. Foram mais de 20 anos com instabilidade nas comunicações férreas.


Em 1923, os herdeiros da Ferreirinha venderam as "Caldas" ao Coronel Miguel Evaristo Teixeira de Barros.


Como se não bastasse, com o surgimento da Segunda Grande Guerra,  a afluência dos aquistas desce drasticamente e grande parte dos estabelecimentos fecha, a hotelaria ficou reduzida ao Grande Hotel e à pensão Borges que resulta da adaptação do Petit Hotel.



Referenciado pela última vez em 1931, o Balneário da Estrada encerra por desactualização das instalações e baixa frequência, encerra em 1954, passando a ser canalizadas as águas das minas que o abasteciam, para o Balneário da Lameira, no plano inferior


Segue o exemplo dos Balneários da Estrada, o Grande Hotel,  que acaba por fechar também passados poucos anos.



Do Grande Hotel, apesar da sua construção oitocentista e ter sobrevivido a várias inundações e cheias, ainda são visíveis vários aspectos da sua grandiosidade de outrora,  para alem dos salões já sumariamente descritos e da sua enorme coisinha, são de salientar ainda outros aspectos interessantes do seu interior.




O acesso ao segundo piso, primeiro andar, era assegurado por dois robustas escadarias de acesso ao corredor dos quartos. 



Ao fundo do corredor uma pequena secção de dormitórios para os mais pequenos.






Subindo ao terceiro piso, a escadaria central culmina com a entrada de uma grande sala de estar decorada com apontamentos românticos.  



O resto do corredor é preenchido com quantos, que totalizam ao todo 44, casas de banho e ainda dois pequenos elevadores e uma escada de serviço.






As águas-furtadas foram aproveitadas para dormitório dos funcionários, disponibilizando 7 pequenos quartos de serviço muito peculiares, provavelmente pelo enquadramento do espaço disponível.



Até meados do século XX existia um cuidado intensivo com a aparência dos edifícios, no geral, todos os anos as fachadas eram lavadas com tinta ou cale, os jardins arranjados, as vegetações aprumadas e as ruas limpas, os comerciantes das Caldas empenhava-se com afinco para que tudo estivesse pronto na época balnear.



O decréscimo da afluência dos aquistas provoca um desanimo nos empreendedores que paralelamente as cheiras e catástrofes que assolam a povoação, culminam gradualmente para o cenário que nos chega aos dias de hoje.



O imponente Palacete destaca-se de todos os outros edifício, na sua fachada distribuída por três pisos exibidos por um pé-direito descomunal, são apresentadas grandes varandas encerradas por forjados gradeamentos que disputam o protagonismo com os ornamentados aros de ferro forjado, ostentados pelas bandeiras das grandes portas, em formato de arcos.





No seu exterior exibe ainda uma grande chaminé lateral que se assemelha a um pequeno torreão uma robusta cantaria granítica e alvenaria mista. No seu coroamento, o telhado é rodeado por platibanda, pequeno murete de cantaria granítica lisa, com aberturas para  pequenos pilares encanastrados em forma de gradeamento, e rematados por ornatos esculpidos em forma de vasos.



As enormes portas averdiscadas sem qualquer pudor em demonstrar a suas funções de guardiãs do Palacete, cuja robustez contrastava com a delicadeza das portadas envidraçadas dos pisos superiores. voltadas para a rua principal, encerram os segredos das vivenciais do passado, face às curiosidades de muitos dos presentes que por ali passam.




Por trás de cada grande porta, adivinhava-se uma escadaria completamente revestia a madeira, corrimão firme e sinuoso suspenso cuja pilares do guarda-corpo já subtraídos, há muito deixaram de lhe dar suporte. As madeiras contrastam com as caiadas paredes e tetos de tintas claras.


De grande impacto pela sua beleza, os tetos abobadados cujas molduras e sancas trabalhadas com motivos florais e cordas, distribuídos de forma geométrica respeitando o seu formato,  rematados ao centro por rosetas que assinala a posição onde, em tempos, desciam lustres de boas vindas.



Marcavam o acesso aos corredores principais, umas arcadas revestidas por madeiras escuras cujos remates das arestas escondidos por pequenos motivos ornamentados também em madeira, convidavam as ilustres  figuras a entrar, de entre delas, Camilo Castelo Branco, uma das personalidades boémias mais célebres da época.


As portas para os salões e corredores apresentavam nas bandeiras, molduras de madeira com rendilhados em formato arredondado, ao contrário das portas dos quantos e restantes divisões cuja molduras rectangulares, eram diferenciadas para os mais distraídos, seria uma forma de distinguir as portas que eram de entrada social e as dos aposentos, não vá a distracção de um ilustre convidado, confundir a porta de uma sala com a de um dos 19 quartos do palacete.



Grandes corredores e portas, muitas portas definiam os acessos aos os aposentos e salões dos dois pisos principais.




As salões voltados a sul, dispunham de belas portadas e rasgadas sacadas com varadas que mais se assemelhavam a miradouros, pelas suas funções, conferiam o distinto privilégio de contemplar o Parque dos Plátanos e o Rio Douro.



Localizada nas traseiras do Palacete, a entrada de serviço efectuava-se  pela coisinha através de umas pequenas escadas ao seu lado direito, levavam a um pátio situando nas traseiras do Casino, onde se encontravam os acessos aos casebres dos caseiros, entrada dos grandes lagar e mais adiante,  nas traseiras do Palacete, uma pequena eira.



Subindo umas pequenas escadas que ladeavam os lagares, o pátio levava-nos também até ao caís privativo, que durante anos  assegurou o transporte de muitos aquietas ao local.


Na primeira linha da estrada, encontra vamos o Palacete e o Casino,  logo em seguida nas suas traseiras, desenvolveram-se os edifícios relacionados com a lavoura da quinta, em terceira linha face à estrada principal e paralela a esta numa grande extensão, a linha do comboio e o cais.




Todo o restante território, era preenchido com vinhedos em socalcos, até perde de vista.


O Palacete, o Casino e o Grande Hotel, representavam, com efeito, os edifícios cuja localização geográfica proporcionava uma vista simultânea sobre o Parque e o Douro. 


 O Casino de proporções inferiores ao do Palacete e com alguns apontamentos arquitectónicos também diferentes, não deixou de beneficiar dos melhores materiais de construção.


O Edifício composto por dois pisos, apresenta uma cantaria muito semelhante à do Palacete, com exceção das aplicações sobre as bandeiras das janelas que assume uma caixilharia pentagonal, e platibanda no seu coroamento também mais humilde na sua concessão.


No seu exterior exibe ainda pequenas quatro chaminés com um designe muito peculiar, cada uma delas corresponde  a um fogão de aquecimento que equilibrava a temperatura ambiente, ao contrário dos serviços das termas, o Casino funcionava durante a baixa época balnear de igual forma.


No interior, ostentava escadarias muito semelhantes às do Palacete todavia os acabamentos dos portas, arcos e tetos, apresentavam formas menos exuberantes, fruto do objetivo para o qual havia sido criado, sobretudo para um publico muito menos diferenciado, cuja grande motivação se encontrava nas mesas de jogo.


As salas construídas com alguma simplicidade mas acolhedoras, proporcionavam também uma bela vista sobre o parque e o rio.




A Ferreirinha, herdeira de uma cultura familiar virada para a vinicultura já desde 1770, casa muito jovem com um primo de quem enviúva muito cedo, recebe uma fortuna em herdades de cultivo de uvas para vinho do Porto, na mesma época em 1850, um devastador fungo, oído, ataca as vinhas do douro que demora cerca de 14 anos para se recupera. 


Casa novamente com um administrador das suas quintas José da Silva Torres, e juntos recuperam da situação financeira causada pelo fungo, e ampliam consideravelmente a sua fortuna. 


Em 1883 novo flagelo se abate sobre os campos de cultivo, a filoxera, um insecto que ataca as videiras. De sua mão importa uma resolução que vai evitar o pior e nesta sequência compra uma série de vinhas e quintas que ampliam o seu domínio para perto de 30 quintas vinícolas.


A quando da sua morte em 1896, a então apelidada empresa "Ferreirinha", a maior empresa nacional de vinho do Porto, passou a Sociedade por quotas e deu início a uma nova fase de adequação à evolução do mercado, mantendo, no entanto, as raízes de qualidade obtidas através do património único que deixou, as suas quintas. 


Já em pleno século XX, as quintas e marcas registadas de vinho do Porto que lhe pertenciam, foram vendidas a investidores nomeadamente a Sogrape Vinhos.


Os vinhos do Porto originalmente associados a "Ferreirinha" , hoje vendem cerca de 500 garrafas por hora.



De lamentar que o património, não rentabilizado financeiramente, se degrade com o tempo e leve consigo as memória daquela que foi a Grande Impulsionadora do Douro.



A estalagem do Almeida, antigo Petit Hotel, viria a ser um dos últimos estabelecimentos a fechar, hoje perfeitamente preservado foi convertido em habitação e  todos os outros edifícios  alinhados à sua direita até à Capela do Palacete, foram profundamente alterados ou encontram-se em estado avançado de degradação.


O Célebre Novo Hotel Vilhena, um belo exemplar dos finais do século XIX, preserva a toda a arquitectura de exterior e interior praticamente intacta, continua a ser um dos edificios mais emblemáticos das Caldas.



 Como sugeria  o seu proprietariado José Lopes Vilhena, "não assente aposentos em outro hotel antes de conhecer o Vilhena", de facto ele era conhecedor do potencial das infraestruturas e do serviços que eram disponibilizados no seu Hotel. 


Não tive a oportunidade de ver o seu interior, mas segundo moradores, por dentro o edifício é igualmente belo, tirando a necessária intervenção em pequenos aspetos, o seu interior respira charme e liberta memórias por todos os poros. Penso não estar errado, parece-me que este era o único edifício destinado a hotelaria que prestava serviços de apart-hotel, coisa très chic.


Atualmente sobre a tutela da Câmara Municipal do Peso da Régua, o edifício foi convertido em habitação social. Pelo que pude ler em algumas atas de Assembleias Municipais da Régua, a Câmara tem intenção de reconverter novamente o edifício ao serviço do turismo, não sei se... e para quando.
Neste edifício social não me importava nada de morar, não desfazendo dos demais.



O Hotel Gomes de António Augusto Gomes o pouco que sei está à vista, restam as paredes portas e janelas escangalhadas. A dimensão do hotel é considerável, deve ter tido bastante trabalho, é provável que este esteja entre os quatro maiores edifícios exclusivamente destinados ao serviço hoteleiro.


Exclusivamente destinado ao serviço hoteleiro, salvo seja, faz parte das dependências do hotel esta pequena capela,  também num estado lastimável.  No século XIX a prática da religião era vivida intensamente e a maioria das pessoas não prescindiam das missas dominicais, devoção de um bom cristão. 
Foi certamente acertado identificar a prática religiosa, como necessidade dos banhistas que a par das águas milagrosas também depositavam sua fé nas Escrituras Sagradas.


Fica o bicho da curiosidade insatisfeito, face ao exposto, gostava certamente de partilhar mais informações sobre o edifício e suas vivências, histórias dos que por lá passaram e o que é que se passou para o edifício não ter ficado.


 Parece fácil traçar o "diagnostico" da Farmácia Pinho de Napoleão de Pinho Valente, "reumatismo e artroses" resultaram da falta de cuidados, que com o envelhecimento não foram assegurados, os banhos termais certamente teriam ajudado a farmácia não ter chegado a neste ponto.


Os edifícios foram pensados e construídos para durar, toda via, assim com as pessoas necessitam de tratamentos esporádicos por forma a evitar que as mazelas se tornem crónicas ou sendo já cronicas, evitar que estas condicionem a sua vida.
A pequena farmácia está a ponto de necessitar de "cuidados paliativos", realmente uma pena...


O grande golpe aparece em 1962, o rio sobe ao nível do primeiro piso do Grande Hotel, engole as Nascentes do Rio,  o Balneário de Lama, a sala de jantar, cozinha e dispensa do Grande Hotel, quando o nível do rio se estabelece fica a marca dos destroços, só as piscinas do rio resistiram à cheia.



Na época o proprietário das Termas, do Grande Hotel e da Quinta das Caldas, Tenente Coronel Teixeira da Mota, desolado decide desfazer-se do empreendimento e vende à junta de Turismo das Caldas de Moledo, principal interessada pelo novo impulsionamento da atividade.


Limparam e organizaram o funcionamento das piscinas do Grupo das Nascentes do Rio, reconstruiram o Balneário da Lameira, e por morte inesperada do seu presidente, não chegaram a abrir o Grande Hotel.


As nascentes do Grupo do Rio (30 do Rio e a Bica) acabariam por se extinguirem no ano de 1971,  com a construção da Barraguem do Carrapatelo,  ficam submersas definitivamente.


Na memória dos moradores mais antigos e dos poucos que ainda restam, recordam os tempos em que a terra era visitada por muitos turistas e as termas eram frequentadas por muitos aquistas.


O parque era de grande afluência para jogar futebol, ténis, pesca ou simples passeios. Agora sozinho e abandonado, o parque termal respira calma e tranquilidade. Uma espécie de terraço sobre o Douro que  transmitisse desalento e vergonha pelo meio envolvente que oferece a quem ainda resista a visita-lo e percorre-lo.

O Futuro das Termas das Caldas;



Por meados de 2006, numa entrevista a Agência Lusa, o então Presidente da Câmara do Peso da Régua , Nuno Gonçalves, reconheceu que Caldas do Moledo integram um conjunto de edifícios  de "grande valor patrimonial e histórico" alguns já em estado avançado de degradação.


Neste sentido, e com o intuito de requalificação do espaço, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), apresentaram uma candidatura, "Fazer Renascer as Caldas do Moledo", aos fundos EFTA - Associação Europeia de Comércio Livre, com um ambicioso projeto avaliado em três milhões de euros.


No projeto são contempladas a recuperação dos edifícios oitocentistas, como o Palacete da Ferreirinha, o Grande Hotel e o Casino, reabilitados em hotel ou requalificados em auditório.
Potencializado pelo denotado meio envolvente que podem contribuir de forma positiva para o sucesso deste projeto, o parque termal, o parque de lazer e o cais fluvial.


O financiamento do projeto não viria a ser aprovado, todavia, o autarca deixou a intenção de de nova candidatura ao Quadro Comunitário de Apoio.


A Câmara Municipal do Peso da Régua,  no sentido de integração no projeto de empreendedorismo turístico para as Caldas do Moledo, disputou em tribunal a posse do complexo termal com a Direção Regional do Turismo do Douro.
O processo em tribunal envolvia uma impugnação judicial à escritura realizada pelo município do usocapião do Parque Termal, por outro lado as alegações da Turismo do Douro, reivindicando os bens e direitos das Caldas do Moledo uma vez que as obrigações também lhes eram atribuídas, pesaram para que sentença revertesse a seu favor como "dona  e legítima proprietária das Caldas". A audiência teve ligar no Tribunal de Mesão Frio, decorria o ano de 2009, e o acordo declara  a nulidade das escrituras das Termas, pelo Município da Régua  em seu favor.


O Novo Complexo Termal, administrado pela Junta de Turismo de Caldas de Moledo,  passam assim em 2009 para as mãos da Entidade Regional de Turismo do Douro e nessa altura a Administração de Saúde Regional do Norte detecta irregularidade e as mesmas fecham definitivamente em 2010.


Num artigo publicado pela Renascença em  abril de 2013, António Martinho em representação da  Turismo do Douro, garante que aguada propostas que vão de encontro aos interesses da região, afirma inclusive que já há  unidades de alojamento interessadas numa possível parceria e não exista em atribuir responsabilidades à  Câmara do Peso da Régua segundo a Renascença, em comunicado pelo autarca da Régua, as divergências de cooperação estão na intenção desta recorrer da decisão do tribunal, da anulação da escritura em 2009.


E assim foi, o Município do peso da Régua recorreu, o processo passou para o Tribunal da Relação do Porto e ao Supremo Tribunal de Justiça, que acabaram por confirmar a decisão da primeira instância.



A Turismo do Douro foi fundida na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, que em 2015 propôs a alienação gratuita do Parque Termal de Caldas de Moledo ao município de Peso da Régua, que foi aprovada por maioria na assembleia geral realizada em outubro. Em 2016 a decisão é homologada pela Secretaria de Estado do Turismo, e por fim a confirmação da alienação.



Depois do entendimento entre o municipio do peso da Régua e o Turismo do Porto e Norte, o impasse aparece na concessão das águas termais, com a falta de entendimento entre a Direção Geral de Energia e Geologia e a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte. 
Enquanto isso a câmara aguardava luz verde para avançar com um projeto de reabilitação .



Em 2018, em entrevista à A Voz de Trás-os-Montes, José Manuel Gonçalves , revela que obras das caldas de Moledo avancam no proxímo ano, "o  projeto que idealizamos para Peso da Régua e que se iniciou há 12 anos naturalmente que não se esgotou nestes 12 anos."  estando agora reunidas as condições para avançar. 




Com os sucessivos adiamentos, são as Caldas do Moledo que na verdade perdem a oportunidade de embarcar na onda de grande afluência turística que se faz sentir Porto e consequentemente no Douro, por outro lado a degradação avançada de alguns edifícios poderá condicionar a eventual reabilitação e culminar na sua demolição.



Um dos aspetos que pode não abonar a favor de potenciais investidores é o facto de que a região ou distrito de Vila Real, possui já a concessão de outras cinco estâncias tremais, Vidao, Pedras Salgadas, Carvalhelhos, Chaves e Carlão e estima-se que mais de metade dos utentes das termas eram provenientes da região.





Fontes:
"As Caldas do Moledo das Suas Origens à Actualidade";Trabalho Apresentado no I Colóquio Termal Transformado; Machado, Rui; junho, 1973.
"Fontelas Perfil Monográfico"; Afonso, Alípio Martins, Chaves, 1971



Fotos Antigas:
hemerotecadigital.cm-lisboa.pt
digitarq.cpf.arquivos.pt
malomil.blogspot.com
escritosdodouro.blogspot.com
patriapequena.blogspot.com
geocaching.com

As fotos antigas foram todas editadas, na maioria correspondem a postais, o objetivo da edição não foi equacionar a qualidade artística original, apenas opção estética da publicação.



Agradecimentos:
Sr. José Gouveia, Café Cláudio das Caldas do Moledo e Clientes.

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