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Ponte Pênsil da Trofa - Vista da Entrada do Tabuleiro Autor e data n/i, espólio de Francisco Moreira |
Inaugurada em 1858 e tida como uma das “mais elegantes do Reino”, como escreveu Alberto Pimental na sua obra “Santo Tirso de Riba d’Ave”, a construção da Ponte Pênsil da Trofa, como ficou oficialmente designada, eliminou definitivamente o problema da travessia sobre o rio Ave, ligava Ribeirão (Vila Nova de Famalicão) e São Martinho do Bougado (Trofa), até então feita com recurso à utilização de barcas.
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Vista Lateral do Tabuleiro da Ponte Pênsil, Foto de autor e data n/i, In fre-ribeirao. |
Suspensa sobre o rio, daí o nome, a ponte pênsil era apoiada nos seus extremos por dois enormes Pegões de granito, de altura até ao nível do pavimento da estrada.
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Vista da Entrada da Antiga Ponte Pênsil da Trofa, Arquivo, Guilherme Bonfim Barreiros, 1934, In AMP. |
Estava suspensa por cordões aramados presos e cabos de suspensão, que tinham os seus extremos nas casas dos portageiros.
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Aspeto do Tabuleiro da Antiga Ponte Pênsil da Trofa, Arquivo, Guilherme Bonfim Barreiros, 1934, In AMP. |
Projectada exclusivamente por engenheiros portugueses a sua construção inseriu-se numa empreitada mais ampla – a nova estrada de ligação entre Porto e Braga (EN 14).
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Também denominada de "A Ponte da Barca da Trofa" In "O Tripeiro" Imagem extraída de portodeantanho.blogspot. |
Esta via estruturante que veio a facilitar o fluxo de mercadorias e pessoas entre as duas cidades, a responsabilidade da Companhia de Viação Portuense dirigida, na altura, pelo Barão de Massarelos, António Gomes dos Santos e José Barros Lima, tendo o respectivo contrato de construção sido assinado em 9 de Setembro de 1851.
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Rolls Royce Silver Ghost atravessa a ponte Pênsil da Trofa, 1919 Foto extraída de Fotold.com. |
Esta via apesar de só ter ficado concluída em 1855, naturalmente com excepção da Ponte Pênsil, as carreiras de diligências entre Porto e Vila Nova de Famalicão iniciaram-se logo em 1852, tendo alcançado Braga, no ano seguinte. As diligências, carruagens puxadas por duas ou três parelhas de cavalos, levavam uma média de 6 a 7 horas na ligação Porto-Braga, incluindo o tempo gasto nas paragens em vendas ou estalagens, que existiam ao longo do percurso Durante esse período a travessia do Ave, era efectuada sobre uma rudimentar ponte de madeira.
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Pormenor da Antiga Ponte Pênsil da Trofa, Arq. Guilherme Bonfim Barreiros, 1934, In AMP. |
Apesar das tentativas da população e das autoridades locais para o evitar, esta ponte foi demolida em 1934, por ser demasiado exígua e não reunir as devidas condições de segurança.
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Avaria Sobre o Tabuleiro da Ponte Pênsil, Foto de autor n/i, década de 1920, espólio de Humberto Fonseca. |
Em seu lugar iria ser construída a actual ponte de cimento armado, melhor preparada para o intenso tráfego de uma região e um País em desenvolvimento.
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Postal Ilustrado da Ponte Pênsil - Trofa, Collection Portugaise, n.º 578, Edição F. A. Martins. |
Estação Ferroviária da Trofa, Uma Verdadeira Homenagem;
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Foto da Nova Estação Ferroviária da Trofa, Inaugurada em 2010. |
A nova Estação Ferroviária da Trofa, foi oficialmente inaugurada a 15 de agosto de 2010, um sufisticado projeto da Grid, empresa de engenharia civil, fundada em portugal a 1980, e edificada pela construtora Opway, que à data, pertencia ao Grupo Espírito Santo, passou posteriormente para a mão dos Gestores, e mais recentemente, em 2017, vendida à Nacala Holdings.
A interface é composta por cinco secções, divididas por dois pisos de um só edifício. No piso inferior, encontram-se as bilheteiras, uma cafetaria e uma zona comercial, e no piso superior, situam-se as plataformas e as vias, que se estendem ao longo de 3.555 metros, contempla um túnel de 1.404 metros e um viaduto de 327 metros.
Esta disposição da estação, inspirada na antiga Ponte Pênsil da Trofa, permite a livre circulação pedonal e rodoviária, maximizando desta forma a interoperabilidade entre os diferentes meios de transporte. Os pilares interiores e exteriores das fachadas (remetem para as quatro torres centrais elevadas e as quatro torres exteriores da antiga ponte), e a chapa duplamente nervurada, auto-portante, com vãos de 4 metros, (lembram tambem as guias laterais e tabuleiro da antiga ponte).
A nova gare da Trofa foi construída para substituir a antiga, que a par de sinais de degradação estrutural das linhas de circulação, em 24 de fevereiro de 2002 viu-se obrigada a encerrar o troço da linha de Guimarães entre Senhora da Hora e Trofa para ser convertido numa linha do Metro do Porto. Com efeito, o canal por onde seguia a linha foi transferido da REFER para a Metro do Porto e concluido até ao ISMAI inaugurado em 2006, o que tem gerado descontentamento na região, principalmente depois de em 2010 a empresa Metro do Porto ter retirado do seu plano de atividades o prolongamento da Linha C desde o ISMAI até à Trofa, pelo menos num curto prazo.
Por outro lado, a construção da Variante da Trofa, troço onde a nova estação se encontra, permitiu o encerramento do antigo troço da Linha do Minho, que, devido ao facto de atravessar o centro da cidade da Trofa, provocava vários problemas de segurança.
Localiza-se junto à Rua Poeta Cesário Verde, nas proximidades da igreja nova.
A estação é utilizada por serviços Intercidades, Regionais da Linha do Minho, urbanos das linhas de Braga e Guimarães, e o Comboio Internacional Porto-Vigo.
Futuramente irá também conter a última paragem de metro e a central de camionagem.
A antiga Estação Ferroviária de Trofa, inaugurada em 1875 e encerrada em 2010, teve a sorte que foi negada a muitas outras no país, foi objeto de requalificação realizada pelo Município da Trofa no âmbito de um contrato de subconcessão celebrado, em fevereiro de 2017, entre a autarquia e a IP Património.
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Foto do Antigo Armazém da Estação Ferroviária da Trofa, reinaugurado a 18 de agosto de 2018. |
A intervenção decorreu em duas fases, primeira a inaugurada em junho de 2017, incluiu a requalificação do espaço canal com a criação de uma grande área pedonal, hoje Alameda da Estação e segunda abrangeu a reabilitação profunda de quatro edifícios associados à antiga estação, inlcuindo o Cais Coberto,e o Edifício de Passageiros, cuja recuperação visou as novas exigências funcionais e de conforto por forma a adaptar o edifício à sua nova condição de Centro de Atividades Culturais. Foi também recuperada a antiga casa do chefe de Estação e o antigo armazém que funcionará como cafetaria/restaurante. As obras tiveram o apoio de fundos comunitários e representam um investimento de cerca de 620 mil euros.
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Foto do Alinhamento dos Edifícios da Estação Ferroviária da Trofa, reinaugurada a 18 de agosto de 2018. |
Fontes:
Sites municipais culturais;
Boletins Informativos de arquivo digital, municipal e nacional.
Imagens:
Arquivo Municipal do Porto;
www.delcampe.net;
Todas as imagens foram editadas.
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