segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Ermida de São Gens, Vimieiro, Arraiolos

Foto: Geocaching
Vimieiro é uma freguesia portuguesa do concelho de Arraiolos, na região do Alentejo, constituída pelas povoações de Bardeira, Venda do Duque e a vila de Vimieiro.
Na área territorial da freguesia do Vimieiro existem vestígios do Neolítico (antas) e da civilização romana (pontes, caminhos lajeados e um marco miliário), mas o núcleo urbano da freguesia remonta ao século XII ou XIII.
A vila de Vimieiro foi sede de concelho entre 1257 e 1855.  Recebeu foral a 19 de Fevereiro de 1257, primeira referência documental, no tempo de D. Afonso III, pelas mãos de D. Martinho Peres, bispo de Évora,  e em 1512 pelas mãos de El-Rei D. Manuel I. 
Em 1758 a vila de "Vimieyro" pertencia ao Arcebispado da nobre Corte e cidade de Évora e Comarca de Estremôs.
Em 1801, o concelho, era constituído pelas freguesias da vila, de Santa Justa e Vidigão. Após o ano de 1834, findas as guerras do Liberalismo, o país foi alvo de sucessivas reformas administrativas. Em 1840, o concelho de Evoramonte foi extinto e incorporado no do Vimieiro. Depois, em 1846, deu-se uma alteração legislativa em Portugal que teve fortes repercussões no concelho do Vimieiro, a vigência legal dos forais manuelinos é extinta.  Com esta lei, o Vimieiro deixa de ter um documento em vigor que fundamente o seu direito histórico a ser sede de concelho. Assim, em 1853, as freguesias do extinto concelho de Evoramonte são incorporadas no concelho de Estremoz e, no dia 24 de Outubro de 1855, o concelho do Vimieiro era extinto e incorporado no de Arraiolos, tendo consequentemente perdido a categoria de vila, facto que o brasão com uma coroa mural de quatro torres visíveis assinala até hoje.
Foto: Geocaching
Escudo de vermelho, três molhos de varas de vime de ouro, atados de verde; chefe de prata, carregado de uma aspa de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda a negro VIMIEIRO
Foto: Geocaching
De acordo com um levantamento local, mencionado nas memórias Paroquiais de 1758, a vila tinha nove ermidas, todas elas na periferia: Ermida de São Pedro(Apostolo), localizada a sudoeste, a pouca distancia da vila; A menos de dois quilómetros desta, situa-se a Ermida de Santa Comba; A nascente, pouca distancia do centro da vila encontra-se a Ermida de São João Baptista; A norte da vila está a Ermida do Martir São Sebastião. A noroeste da vila, a alguma distancia está a Ermida do Santo António; na mesma direcção a meia dúzia de quilómetros encontra-se a Ermida de São Gens; Localizada a sul da vila está a Ermida do Martir São Bras; Mais adiante e a poucos quilómetros está a Ermida de Santa Anna; E por ultimo, a sul, está também a ermida de Santa Luzia, já em território de Santa Luzia mas à data, administrado por esta paróquia.
Foto: Geocaching

Foto: Geocaching
Esta publicação aborda uma das nove ermidas ou o que restou dela, a Ermida de São Gens, em ruínas, situa-se em courelas de Eduardo Queiroga ((Arraiolos, Vimieiro, 2 de Setembro de 1870 - Arraiolos, Arraiolos, 10 de Abril de 1934), Lavrador e Proprietário, Vereador da Câmara Municipal de Arraiolos), a três quilómetros da vila do Vimieiro, perto da EN n.º 4, no troço entre Arraiolos e Vimieiro. A  sua posição em plano elevado permite uma vista desafogada sobre o Forte de Évoramonte e sobre o Castelo de Arraiolos.
Foto: Geocaching
Foto: Geocaching
Por ter pertencido a uma família particular durante vários séculos, existem poucas informações sobre a ermida, para além das que a vista permite deduzir. 
Da mesma maneira é possível localizar a sua construção no tempo, tendo por base uma análise às características arquitectónicas e artísticas que ainda exibe. De arquitectura simples, característica do período conturbado do domínio filipino, a ermida dispõe de três altares distribuídos em forma de cruz grega e uma cobertura hemisférica, caracteristicas do renascimento, sendo que a cúpula apresenta já características de inspiração barroca que  permite localizar a sua construção no século XVII, possivelmente na primeira metade, depois da instituição dos morgadios em Portugal. 
A ermida apresenta uma planta quadrangular, paredes em alvenaria, porta modular rectangular, com lintel rectilíneo, em cantaria, cobertura em forma de abóbada hemisférica, cúpula com telhado de quatro linhas radiadas.
As paredes exteriores eram caiadas de branco e as interiores com branco na base, eram escaioladas coloridas assim como todo o altar.
Actualmente encontra-se à caminho da ruína a par dos anexos que lhe estão adossadas que seriam estruturas de habitação temporária e apoio as actividades  da herdade. 
Fontes:
Regime jurídico da reorganização administrativa da Autarquia de Arraiolos, Assembleia Municipal, setembro de 2012;
Arquivo Digital: Memórias Paroquiais de 1758;

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