Foto Editada: maio.net
Santa Justa, pertencente ao Concelho de Arraiolos, situa-se a cerca de 9 quilómetros da Estrada Nacional nº 4 (Arraiolos-Vimieiro) e a cerca de 20 quilómetros da sede de concelho. Foi sede de freguesia até 2013, data da reforma administrativa a partir da qual se agregou à freguesia de S. Gregório, passando a formar a União das Freguesias de São Gregório e Santa Justa, uma das cinco freguesias de Arraiolos. Teve orago a Santa Justa.
Escudo de prata, dois ramos de sobreiro verde, landados de ouro, alinhados em faixa entre uma bilha de vermelho e um pêro de verde. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas : SANTA JUSTA - ARRAIOLOS
Simbologia: Os ramos de sobreiro - A evocar a principal fonte de riqueza da freguesia, ou seja, a produção de cortiça; A bilha - A evocar Santa Justa, padroeira da freguesia e a evocar o topónimo da freguesia; O pêro - A evocar o topónimo "Pereiro", do nome da localidade de Vale Pereiro, a qual substitui a localidade de Santa Justa como sede de freguesia, onde na actualidade apenas existe a igreja e o cemitério.
Segundo dados arqueológicos o território de Santa Justa tem ocupação humana desde a Idade do Ferro, existindo vestígios de um fortificado dessa época. Também no período da ocupação romana no território português há vestígios encontrados no território de Santa Justa. Segundo o arqueólogo José D'Encarnação, no início do século XX, foi encontrada uma árula votiva em mármore, presumivelmente do século II d. C., alusiva à crença no Deus indígena Carneus Calanticense, a quem foi dedicado o templo romano de Santana do Campo. No período que se seguiu à chamada Reconquista Cristã, o território de Santa Justa situava-se numa extensa área designada de Comenda de Mendo Marques, pertencente à Ordem Militar de Cristo.
A primeira referência documental à Comenda de Mendo Marques é de 1254. Nesse documento era referido um Castelo do Mendo Marques existente na área da atual Santa Justa, estando prevista a construção de uma igreja no local.
Em 1257 Santa Justa era uma freguesia rural do concelho do Vimieiro.
Foto: Arraiolos, Um Concelho Acolhedor, 2015
Foto: Espólio de Ana Maria Saraiva, 2015
A igreja de Santa Justa, actualmente em ruínas, foi construída em 1604, mas tem livros de baptismo anteriores a essa data, razão pela qual se presume que teria existido um primitivo templo erguido no século XIII, tal como se prognosticava no documento de 1254.
Numa pedra tumular, ainda preservada, pode ler-se: " Sepultura do Padre Francisco Caeiro cura da igreja de Stª. Justa a qual se pôs em a cova em que está enterrada sua irmã com alçada do ordinario Cabido e em ela se poderá enterrar seu irmão José Luís e sua mulher Clara Roiz e seus herdeiros e descendentes na forma do livro das visitas 1662".
Foto - Pormenor: Gonçalo Lopes, 2015
Santa Justa no século XVIII era totalmente rural, sendo apenas composta por herdades “sem lugar nem aldeia”. Em 1757 a freguesia tinha 82 fogos e em 1874 contavam-se 110 fogos e ainda não existia a aldeia.
Foto - Pormenor: Gonçalo Lopes, 2015
A Freguesia de Santa Justa pertenceu ao termo da Vila de Vimieiro, até meados do século XIX. Era curado e capelania da apresentação do Arcebispado de Évora.
A partir de 1853 pertenceu ao Concelho de Évora Monte e em 1862 passou a integrar o Concelho de Arraiolos. Até 2013 pertenceram á freguesia as localidades de Santa Justa e de Vale Pereiro.
Durante vários séculos não existiu um aglomerado populacional na freguesia. A igreja seria o lugar central, mas a população esteve até finais do século XIX dispersa pelo território da Freguesia, habitando em montes e herdades, o aglomerado populacional foi crescendo a cerca de 1,5 km da Igreja de Santa Justa, no lugar de Vale do Pereiro, surge presumivelmente nos últimos anos do século XIX ou no início do século XX. Numa publicação de 1927, “O Guia de Portugal”, Silva Teles, que percorreu o país de Norte a Sul, passa por Vale do Pereiro e faz a seguinte descrição: “Terreno acidentado, literalmente coberto de montados, vendo-se já, à distância, o Castelo de Évoramonte. Os habitantes eram os pastores, os caçadores, os moços da lavoura, de andar lento e olhar severo”.
Foto - Pormenor: Gonçalo Lopes, 201
Passado quase um século deste relato, a freguesia de Santa Justa continua a ter uma população de gente trabalhadora, que agora usufrui de um conjunto de serviços e equipamentos fundamentais à sua vida. A freguesia tem escassos números demográficos, mas na última década manteve os seus índices populacionais, tendo perdido somente um habitante em relação ao Censo de 2001.
Foto - Pormenor: Gonçalo Lopes, 2015
A agricultura, a criação de gado, os cereais, a oliveira e o sobreira, continuam a ser as principais actividades da região, assumem destaque na economia da região, com grande significado económico destaca-se o desenvolvimento vinícola, com a expansão de várias adegas de reconhecida qualidade a nível nacional e internacional.
A par da actividade vinícola o ecoturismo e turismo rural fazem desta região um local onde a população continua a viver com qualidade e a ter um papel participativo importante.
Os principais pontos de interesse turistico são as ruínas da Igreja Matriz, capela de são Sebastião, cruzeiro de Santa Justa e ponte Romana. Artesanato- tapetes de arraiolos
Foto - Pormenor: Gonçalo Lopes, 2015
Fontes:
"Criação da Freguesia de São Gregório, no Concelho de Arraiolos, Distrito de Évora", página do PCP, 2015;
"Criação da Freguesia de São Gregório, no Concelho de Arraiolos, Distrito de Évora", página do PCP, 2015;
Regime jurídico da reorganização administrativa da Autarquia de Arraiolos, Assembleia Municipal, setembro de 2012;
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