sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Pensão e Restaurante Barros, Aveiro (Extinto)

Foto Editada: Delcampe.net

A Pensão e Restaurante Barros foi um icónico edifício da cidade de Aveiro construído estrategicamente ao pé da Estação de Caminhos de Ferro para dar apoios aos forasteiros que iam chegando na cidade.

O edifício constituído por três andares, apresentava uma planta rectangular longitudinal, que preenchia o gabeto da intercepção da Rua do Dr. João de Moura, rua da estação para a qual voltava a sua principal fachada e a Rua Almirante Cândido dos Reis, rua para a qual voltava a sua fachada mais estreita.

Recorte: Fátima Zegallo
A pensão foi manda construir por Manuel José de Barros, um empresário local, que viria a explorar o edifício no ramo de hotelaria e restauração juntamente com o seu irmão. O negócio fluiu até cerca da década de 1970, momento a partir do qual se dá uma separação entre os serviços de hotelaria, cuja a actividade demonstrava já um certo declínio, e restauração cuja espaço passa a ser denominado de "Jagunço" para se diferenciar do antigo Restaurante Barros. Todavia os estabelecimentos haviam de fechar até os finais do século XX, permanecendo devoluto desde então, vindo a deteriorar-se gradualmente até começar a constituir uma ameaça publica.

Numa acta de e de julho de 2004, resultante de uma reunião pública na sala de reuniões do Edifício dos Paços do Concelho de Aveiro, num ponto de Intervenção do Público, um popular, Sr. Pinto" Felicitou o Sr. Presidente pelo facto de já estar a ser restaurada a Pensão Barros, junto à Estação dos Caminhos de Ferro.", que deixa perceber que pelo inicio do século XXI, o município teve a intenção de preservar o edifício, contudo esta intervenção terá tido como objectivo a verificação do estado da fachada e a manutenção da segurança pública, uma vez que o município vinha já a desenvolver um projecto de transformação da Rua de João de Moura.

Foto Editada: Delcampe.net
Com efeito a inauguração da nova Estação dos Caminhos de Ferro de Aveiro em outubro de 2005,  veio dinamizar um pouco uma zona que se encontrava estagnada e devolver a esperança para o comércio local, ao contrário do belíssimo edifício da antiga estação que permanece até hoje sem uma nova função.  Com esta nova construção, o município pretende transformar a Rua de João de Moura,  os moradores e comerciantes da artéria pressionam a câmara municipal com essa reivindicação. Em causa, para a abertura da pretendida avenida, estava a demolição da Pensão Barros e edifícios contíguos, há vários anos largados ao abandono e cuja demolição era condição essencial para o efeito.

Foto: Tiago Mendonça, 2017
Em relação as demolições que necessitavam ser efectuadas para a viabilização do projecto da nova via, haviam das condicionantes impeditivas, por um lado o avultado valor que teriam que desembolsar para adquirir os prédios a demolir, por outro, o valor simbólico que a Pensão representava para a memória da cidade de Aveiro. 
Todavia, a situação precipitou-se em maio de 2017, durante dois dias, a Câmara de Aveiro manteve a circulação cortada no início da Rua João de Moura, junto à estação da CP, pelo facto do prédio ter manifestado o desabamento do telhado e derrocada no seu interior, assim e sem mais demoras a câmara viu-se na necessidade de intervir com a demolição do edifício até ao nível do primeiro piso, para segurança de circulação na via pública.

Quase um ano depois, em março de 2018, a Câmara Municipal promovei a demolição integral do edifício, apesar da sua venda estar ainda em negociações, as vistorias já efectuadas e relatórios técnicos que apontam para a demolição, uma vez  que comportava uma situação de risco elevado

O perímetro teve isolado durante 4 dias, tempo necessário para efectuar a demolição e recolher os escombros.  Numa entrevista ao Público, Carlos Santos, vereador responsável pelas Obras Municipais, terá se manifestado sobre um eventual projecto para a construção de uma unidade hoteleira no edifício da antiga pensão. Sobre este assunto o vereador acrescenta que "o projecto do hotel prevê um recuo razoável", para não interferir com o projecto da futura avenida, aida que realçando se tratar de mera suposição.

Foto: António Baptista, 2018
Hoje, o terreno encontra-se desocupado, o projecto para a nova avenida ainda não arrancou e o projecto para a construção de um novo hotel, encontra-se cada vez mais distante.
Que bom seria que ao invés da construção de um novo hotel, o emblemático edifício da antiga estação fosse reabilitado e quem sabe convertido num pequeno hotel ou pensão. 

1 comentário:


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