Cepelos foi até 2013 uma freguesia do concelho de Amarante, entretanto agregada às freguesias de São Gonçalo, Madalena e Gatão, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Amarante (São Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão com sede em São Gonçalo.
De acordo com as memórias paroquiais de março de 1758, "esta igreja parrochial se chama Santa Maria de Cepellos, está na Provincia do Minho, hé do bispado do Porto, comarca de Guimarens, termo do concelho de Gouvea. Esta terra ou concelho chamado de Gouvea hé de donatario que hé o Conde do Redondo. Tem esta freguezia cento trinta e seis vezinhos e tem trezentas e oitenta pessoas de comunham, menores trinta e nove.". Assim, podemos concluir que Capellos pertenceu à comarca de Guimarães, concelho de Gouveia, região outrora também denominada por Sobre-tamega ou Santa Cruz de Riba-Tamega.
As reformas liberais do século XIX reorganizaram administrativamente o território e em 1855 extinguiu-se o municípios de Gouveia, passando as suas freguesias a integrar o município de Amarante.
Teve uma albergaria administrada pela Misericórdia de Amarante, a qual instituiu e dotou D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques. Só tinha camas para passageiros.
Brasão de armas da antiga freguesia de Cepelos
Armas - Escudo de prata, torre de negro lavrada, aberta e iluminada de ouro, entre uma flor-de-lis de azul, em chefe e três folhas de carvalho de verde, realçadas de ouro, nos flancos e em ponta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda em maiúsculas a negro : “ CEPELOS - AMARANTE “. A torre representa o património arquitectónico da freguesia, a flor-de-lis representa o orago da freguesia - Nossa Senhora da Assunção e as folhas de carvalho representam o parque florestal da freguesia.
A Quinta de Fontellas fica situada num monte alto, no lugar de Capelos, a sul da jovem cidade de Amarante. A origem do nome "Fontellas"poderá esta associada ao facto de que no local existem muitas fontes, o mesmo deverá terá acontecido com uma outra quinta próxima conhecida como Quinta das Fontainhas.
Nas memórias paroquiais de março de 1758, Sua Excelencia Reverendissima, Abbade de Cepellos, Francisco Pereira de Sampaio sublinha que nesta fregueisa de Capelos "está sito o Morgado e a Quinta de Fontellas que foi instituido no anno de mil e quinhentos e trinta e quatro e foi o primeiro pessuidor delle Rui Mendes de Vasconcellos. Hé sollar desta familia com cazas antigas, que mostram a sua nobreza, e huma torre desta caza, foi o valerozo Antonio de Queiroz Mascarenhas, cappitam de cavalos, no reinado do Senhor Dom Joam, o Quarto. Tem huma Quinta de grande extemçam que rende muito pam e vinho e azeite e castanhas e tem grandes soutos e devezas, e muita caça de coelhos e perdizes. E pegado nas mesmas cazas está a cappella do dito Morgado.". Uma descrição bastante interessante que nos permite ter conhecimento do funcionamento da quinta em meados do século XVIII.
A quinta possui algumas casa nobres e uma torre coroada de ameias que é avistada ao longe. Contigua à quinta existe ainda uma capela dedicada ao orago de São Lourenço, mandada construir por Manuel mendes Vasconcelos, 5.ª Morgado de Fontelas em 1674, filiada na Igreja de Santa Maria de Ceppellos, Abadia do Mosteiro de Santa Maria do Pombeiro, à qual pertenciam também a Capela de Santo António, na Rua do Covelo e a Capela da Albergaria, atrás da casa da câmara.
Não é fácil determinar a data das construções dos edifícios pertencentes à quinta, em todo caso sabemos que a quinta existia já com a denominação de "Quinta de Fontellas" associada a um fidalgo de seu nome Duarte Mendes de Vasconcelos(c.1440-d), intitulado de "Senhor da torre de Fontellas"permitindo deduzir, se dúvidas hovesse, que existiram já construções medievais, todavia, o edificio da torre que conhecemos hoje e que se destaca dos demais edifícios, é uma construção de meados do século XVII, obra da responsabilidade de Lourenço Mendes de Vasconcelos(c.1639-d), 7.º Morgado de Fontelas.
Nesta quinta viveu Duarte Mendes de Vasconcelos, padroeiro das igrejas de S. Martinho de Sande e de S. Martinho de Avessadas, no concelho de Bemviver, que a herdara por via materna, Guiomar Mendes de Vasconcelos filha de Gonçalo Mendes de Vasconcelos, "O Moço", fidalgo da Casa Real, Alcaide-mor de Coimbra. Seu pai Gonçalo Gil da Veiga, Senhor do concelho de Gouveia de Riba-Tâmega, filho de João Pires da Veiga, o Moço (João Pires de Azevedo), e de sua segunda esposa, Dona Urraca Peres.
Duarte Mendes de Vasconcelos casou duas vezes, primeiro com Chatarina Vieira da Maya com que teve três filhos, Alvaro Mendes de Vasconcelos, Sr. da Casa de Fontellas, Leonor Mendes de Vasconcelos e Ignês Mendes de Vasconcelos, e depois casa com Joaquina da Mesquita Caldeira com que teve mais dois filhos, João Mendes Vasconcelos e Ana Mendes Vasconcelos.
Ignês Mendes de Vasconcelos, depois de viuvar sem filhos, instituiu morgadio da parte que lhe couve da dita quinta, por escritura feita na dita quinta, aos 17 de abril de 1534, a favor do seu sobrinho Rui Mendes de Vasconcelos, filho do seu irmão Alvaro Mendes de Vasconcelos Sr. da Casa de Fontellas.
Alvaro Mendes de Vasconcelos(c.1470-d) foi Sr. da Casa de Fontelas, Fidalgo da Casa Real e Padroeiro das Igrejas acima identificadas, casou com D. Francisca de Abreu filha de Fernão Vasques de Abreu Sr. de Sarnache dos Alhos, e sua mulher D. Francisca Dias Cabral, com que teve sete filhos.
Rui Mendes de Vasconcelos(c.1490-16/3/1557), 1.º Morgado de Fontellas, chamado por sua tia Inês Mendes em 1534 e Sr. da Casa de Fontelas(herança por morte do pai) e Fidalgo da Casa Real. Casou com D. Anna de Castro Cabral filha de Diogo Pires de Castro Sr. da Honra de Arvins, no concelho de Baião e de sua mulher D. Maria Dias Cabral, com quem teve três filhos, Isabel de Castro e Vasconcelos, Manuel Mendes Vasconcelos e Martim Mendes de Vasconcelos, 2º Morgado de Fontelas, e Sr. da Honra de Arvins.
Martim Mendes de Vasconcelos(c.1515-4/11/1590), 2º Morgado de Fontelas, e Sr. da Honra de Arvins, Escudeiro Fidalgo como seu pai e avós e ainda teve os Padroados das Igrejas de seus passados. Casou com Inês de Sequeira filha de Gaspar de Sequeira e sua mulher Guiomar de Queirós, com que teve dois filhos, Gracia de Queirós e Manuel Mendes de Vasconcelos, 3º Morgado de Fontelas.
Manuel Mendes de Vasconcelos(c.1540-d), 3º Morgado de Fontelas e Sr. de toda a Casa de seu pai e foi também Senhor da Capela de Santo Cristo, cita na Igreja de São Gonçalo de Amarante, onde repousa e a herdou por via de sua mulher, D. Lourença Mascarenhas filha do Dr. Amador de Queirós Sr. da Casa do Outeiro na freguesia de S. Veríssimo, concelho de S. Cruz de Riba Tâmega, Corregedor de Coimbra, e de sua mulher D. Leonor Mascarenhas. Deste casamento houveram três filhos, Inês Mascarenhas e António de Queiroz Mascarenhas e Rui Mendes de Vasconcelos, 4.º Morgado de Fontelas.
Rui Mendes de Vasconcelos (c.1565-3/8/1637), 4º Morgado de Fontelas, casou com D. Maria Barbosa de Almeida, filha do Licenciado Jorge de Figueiredo de Lacerda e de sua mulher Isabel Carneira. De entre os filhos que tiveram, Manuel Mendes de Vasconcelos, o 5.º Morgado de Fontelas.
Manuel Mendes de Vasconcelos(1590-d), 5.º Morgado de Fontelas, a que é atribuída a construção da capela da quinta no ano de 1674, com licença do Bispo do Porto, D. Nicoláo Monteiro, casou com D. AMria de barros, filha de Miguel de Freitas de barros e de sua mulher Margarida Borges Monteiro. Tiveram, entre outros filhos, Rui Mendes de Vasconcelos, 6.º Morgado de Fontelas.
Rui Mendes de Vasconcelos(c.1615-d), 6.º Morgado de Fontelas, casou com D. Antónia Barbosa cabral, filha herdeira de pedro Barbosa Cabral, Senhor do prazo de Quimbres, no campo de Coimbra, e de sua mulher Isabel Gouveia. De entre os filhos do casamento foi 7.º Morgado de Fontelas, Lourenço Mendes de Vasconcelos.
Rui Mendes de Vasconcelos(c.1615-d), 6.º Morgado de Fontelas, casou com D. Antónia Barbosa cabral, filha herdeira de pedro Barbosa Cabral, Senhor do prazo de Quimbres, no campo de Coimbra, e de sua mulher Isabel Gouveia. De entre os filhos do casamento foi 7.º Morgado de Fontelas, Lourenço Mendes de Vasconcelos.
Lourenço Mendes de Vasconcelos(c.1639-d), 7.º Morgado de Fontelas, Fidalgo da Casa Real,Senhor da Quinta do Outeiro, da Quinta da Póvoa, Quinta das Cardozas(herdade de sua mulher), onde viveu, perto do couto de Verride, a ele é atribuída a construção da dita torre nas casas da quinta. Casou com D. Joana de Saa oereira, filha herdeira de Bartolomu de Saa Pereira e de sua mulher Isabel da Silva, de quem tem muitos filhos, de entre os quais António Mendes Vasconcelos, 8.º Morgado de Fontelas.
António Mendes Vasconcelos(c.1727-d), 8.º Morgado de Fontelas casa com Josefa Vieira Pedroso com quem tem um filho José Mendes Pedrosa de Vasconcelos(c.1741-d) que por sua vez casa com Luiza Maria Nunes de Andrade e deste casamente tem um filho, José Mendes de Vasconcelos(c.1770-d).
Todavia, por alegada falta de sucessão, o Morgadio de Fontelas, da família Mendes de Vasconcelos, foi reivindicado por D. Luís António de Sousa Botelho Mourão e seu filho, sendo o apelido Vasconcelos desde então usado por seus descendentes, assim, D. Luís de Sousa (Botelho Mourão) e (Vasconcelos)(1722-1798), Conselheiro de Sua Majestade, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Tenente-Coronel dos Dragões de Chaves, Capitão-General e Governador da Capitania de São Paulo (Brasil), Alcaide-mor da cidade de Bragança por carta-régia de 3 de outubro de 1772; Senhor do Morgado de Mateus, Cumieira, Arroios, Sabrosa, Moreleiros e Fontelas; Comendador de Santa Maria de Vermiosa na Ordem de Cristo e Senhor da Honra da Ovelha, no Marão (18 de junho de 1756) e Brigadeiro”.
Ainda antes da morte 4.º Morgado de Mateus, o sei filho, D. José Maria do Carmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos(1758-1825), viu-se obrigado a administrar o Morgadio de Mateus, bem como os Morgadios da Cumieira, de Moroleiros, de Arroios e de Fontelas.
Por sua morte, sucedeu-lhe, na administração dos morgadios, o filho, D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos(1785-1855), 1.º conde de Vila Real, conhecido antes do título condal como D. José Luís de Sousa foi um nobre, militar, diplomata e político português. Foi par do Reino, conselheiro de Estado, e por várias vezes ministro. Foi também morgado de Mateus, Cumeeira, Sabrosa, Arroios, Moraleiros e Fontelas.
Filho primogénito do 1.º Conde de Vila Real, Fernando de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos(1815-1858), senhor dos morgados de Mateus, Cumieira, Sabrosa, Arroios, Moraleiros e Fontelas. O título de Conde de Vila Real foi-lhe renovado com a promulgação do decreto autorizado por Sua Magestade D. Maria II em 19 de Agosto de 1846.
Com a extintos dos morgadios em Portugal no reinado de D. Luís I por Carta de Lei de 19 de Maio de 1863, D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos(1843-1923), 3º Conde de Vila Real, é o 8.º e último Morgado de Mateus e de toda a mais casa de seu pai, momento a partir do qual as heranças passam a ser distribuídas de de forma equilibrada pelos descendestes ou herdeiros legais.
Fontes:
Arquivo digital: geneall.net;
Arquivo digital: geni.com;
Arquivo Digital: Fundação Casa Mateus;
Crédito de Imagens:
Grupo: Rua 5 Outubro (Antiga Rua de São Gonçalo ), Amarante, 2017
Arquivo digital: geneall.net;
Arquivo digital: geni.com;
Arquivo Digital: Fundação Casa Mateus;
Crédito de Imagens:
Grupo: Rua 5 Outubro (Antiga Rua de São Gonçalo ), Amarante, 2017
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ResponderEliminarInês de Sequeira, mulher de Martim Mendes de Vasconcelos, morreu em 20-03-1613 e ambos tiveram mais do que os 2 filhos referidos: seus filhos João Mendes de Vasconcelos e o 3.º Morgado de Fontelas Manoel Mendes de Vasconcelos foram os testamenteiros de sua mãe (imagem 787 em https://pesquisa.adporto.arquivos.pt/viewer?id=537287 ).
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