Foto: Porto e Norte
Grade é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo. Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Carralcova, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Grade e Carralcova da qual é sede. Antes dessa reforma administrativa, a antiga freguesia era composta pelas seguintes localidades localidades: Agrela, Costa, Gontariz, Mó, Pousada e Vilela.

Um confronto celebrizado como "Veiga da Matança", que opôs Afonso Henriques a seu primo Afonso VII de Leão, no qual, de forma a evitar uma batalha campal, acordaram uma luta de cavaleiros de ambos os lados, num torneio ou justa típico da Idade Média. A sorte das armas pendeu para o lado português, tendo os cavaleiros leoneses ficado detidos, conforme o código da cavalaria medieval.
Segundo a lenda, neste episódio, que é retratado como uma batalha, foi encontrada uma relíquia sagrada, denominada Santo Lenho, que segundo a fé cristã crê-se que seja um pedaço retirado da Cruz onde Cristo foi crucificado. Esta relíquia encontra-se na freguesia de Grade, na Igreja Matriz, num sacrário com duas portas fechado a sete chaves todas elas diferentes.
A aldeia desenvolve uma actividade essencialmente agrícola, possui belas paisagens principalmente nas áreas ribeirinhas dos rios Ázere.
Relativamente ao património edificado, os grandes destaques são a Igreja Paroquial de Grade, a Capela da Senhora da Piedade e a Torre de Faro, este último um edifício monumental edificado no séc. XV e que se presume sobre um edifício mais antigo datado do período de ocupação romana e sobre o qual esta publicação se vai debruçar.

Heráldica da antiga freguesia de Grade
Brasão: escudo de azul, reixado de prata, tendo brocante um relicário do Santo Lenho, de ouro, com dobre-cruz de vermelho. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “GRADE – ARCOS DE VALDEVEZ”.

Foto: Arcos de Valdevez, 2015
A Torre de Grade ou Torre de Faro encontra-se a uns bons metros desviada do núcleo rural, inserida numa propriedade, limitada por caminhos municipais, a noroeste da aldeia. É uma das muitas casas-torres imponentes que foram construídas no final da Idade Média no vale do Lima. Actualmente, apesar de algumas intervenções efectuadas ao longo dos séculos, o edifício apresenta ainda as características medievais originais, justificado também por um certo abandono que se evidencia hoje com alguma preocupação.
Foto: Porto e Norte

Foto: Porto e Norte


A quinta havia de ser mantida como morgadio até ao século XIX, e pertencia ao 7.º Morgado da Andorinha, avo do Prof. Eugénio de Castro Caldas, herdeiro e proprietário da casa no século XX.
Na posse de privados desde a sua construção, a Torre da Grade foi classificada em 1878 como Imóvel de Interesse Público, e apresar do abandono de que tem sido alvo, continua a ser uma referência baixa-medieval na paisagem do Alto Minho, lembrando a organização senhorial do espaço e as muitas mudanças que ocorreram nos edifícios residenciais da nobreza fundiária portuguesa.
Nos últimos anos foram efectuadas, pela família Castro Caldas, já algumas obras de reparação de maior urgência como o telhado que já tinha ruído parcialmente.
Foto: Porto e Norte
Fontes:
"Torre de Grade", Direcção Geral do Património Cultural, DGPC;
"Torre de Grade ou Torre de Faro", Sistema de Informação para o Património Arquitectónico, SIPA, texto de Paula Noé, 1992;
Grade-Arcos de Valdevez, knoow.net
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